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Vocacionários

A residência dos religiosos Vocacionistas é denominada VOCACIONÁRIO, que, segundo o Beato Justino, é o lugar onde “se acolhe e se educa, gratuitamente, na piedade e no estudo, aqueles que mostram sinais de vocação e ainda não são bem orientados para o seminário ou para um particular instituto de vida consagrada” (Constituições nº 13).  

O vocacionário deve, portanto, expressar e tornar visível a sua obra principal que é: procurar, acolher, formar e cultivar as vocações (cf. Constituições nº 5). Assim sendo, a residência dos Vocacionistas é uma casa que tem sempre suas portas abertas para acolher toda e qualquer vocação em qualquer horário, dia, mês e ano. Acolher e ajudar as vocações é a maior obra de amor que o religioso vocacionista pode realizar.  

Por fim, podemos dizer que a “a finalidade própria dos vocacionários é educar a juventude (e qualquer vocacionado) numa intensa piedade cristã e torná-los religiosos de Deus, segundo Jesus Cristo, seja qual for o estado que abracem”.

Vocacionário

Nossa Senhora Aparecida

Localizado na cidade de

Vitória da Conquista - Bahia

Vocacionário de Vitória da Conquista-BA

Vocacionário

Nossa Senhora das Divinas Vocações

Localizado na cidade de

Itambé - Bahia

Vocacionário de Itambé-BA

Vocacionário

São José

Localizado na cidade de

Riachão do Jacuípe - Bahia

Vocacionário de Riachão do Jacuípe-BA

Vocacionário

Beato Justino

Localizado na cidade de

Salvador - Bahia

Vocacionário de Salvador-BA

Vocacionário

Nossa Senhora de Guadalupe

Localizado na cidade de

Campo de Brito - Sergipe

Vocacionário de Campo do Brito-SE

Vocacionário

Padre Galasso

Localizado na cidade de

Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Vocacionário de Olaria no Rio de Janeiro-RJ

Vocacionário

Divino Mestre

Localizado na cidade de

Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Vocacionário de Parada de Lucas no Rio de Janeiro-RJ

O VOCACIONÁRIO SEGUNDO A INTUIÇÃO DO BEATO JUSTINO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

É sabido que o Vocacionário é a nossa obra característica, modo pela qual somos chamados a criar um estado permanente de serviço às vocações.

O saudoso Padre Polito em seu livro “Padre Justino Russolillo – precursor do Concílio Vaticano II”, precisamente no capitulo XXXI, pág. 129, oferta-nos uma definição que certamente é fruto de sua experiência primeira com o Beato Justino “Ora, no Vocacionário, para o cultivo das divinas vocações, deverá reinar o calor da família, da qual deve ser continuidade, como também refletir a própria organização da Sagrada Família: Jesus criado por José e Maria”. Essa certamente era a intuição do Beato Justino, que o Vocacionário fosse essa ambientação familiar, a qual tivesse por missão proporcionar aos Vocacionados meios necessários e cabíveis para o fortalecimento de seu chamado.

A família, segundo a intuição da Igreja, é o “celeiro das vocações”; dela brota o chamado primeiro à vida e depois às vocações específicas. Quando Padre Polito fala a cerca desse estado de continuidade, é porque na família não deve haver relações por aparência, por mais que seja conflituoso viver o ambiente familiar, ele ainda é o espaço por excelência de construção de amor, sedimentação de personalidades e consequentemente motivador de vocações. Isso ilumina o nosso trabalho enquanto Vocacionista, que nunca deve apagar em nós, de que “somos chamados a chamar” a todos para empreender conosco esse trabalho de ajudar as vocações.

O Vocacionário é o espaço da diversidade. O Beato Justino vai nos dizer: “A finalidade própria dos Vocacionários é educar a juventude numa intensa piedade cristã e torna-los religiosos de Deus, segundo Jesus Cristo, seja qual for o estado que abracem” [1].

O verbo expressado pelo Beato, “educar”, é o mais significante; depois vem o verbo tornar, que se comunicam. O verbo educar expressa reflexivamente o ato de motivar para fora, ou seja, descobrir algo além do que se mostra. Essa fora a dinâmica de Padre Justino em sua relação com os adolescentes e jovens de sua época, e a forma visível de perceber isso é o fato de que ele os conduzia primeiro para uma Vida Cristã. Os seus encontros de catequese nas férias enquanto seminarista expressavam essa sensibilidade em educar os adolescentes e jovens. O ato de parar para mostrar-lhes a beleza e desafio de seguir a Jesus Cristo encantava aqueles “meninos de rua”.

Em uma interpretação não atenta ao espírito de Padre Justino, podemos diminuir sua intenção quando ele fala “torná-los religiosos de Deus”, como ele quisesse restringir meramente ao estado de Vida Religiosa Consagrada. Certamente o Beato quer nos colocar na dinâmica de chamados e chamadas de Deus, até porque, o mesmo reconhece que há vários estados para responder a Deus, tendo Cristo como base e fundamento de nossa Vocação.   Religiosos de Deus é uma expressão de sentir, como Deus, sermos atentos ao seu divino chamado.

Educar e tornar, em Padre Justino é no Vocacionário. Aqui buscamos o fundamento da nossa Missão enquanto Vocacionistas. Outro aspecto é que o Beato não restringia seu espaço vocacional a estruturas físicas, ou seja, qualquer trabalho nosso é por excelência o Vocacionário. As nossas casas são o Vocacionário visível, espaços de comunhão e de educação do povo de Deus, de modo especial das crianças, adolescentes e jovens, mas não os únicos.

O Vocacionário está no espírito do Vocacionista, que está dentro da Igreja. Toda casa Vocacionista é Vocacionário, todo trabalho que fazemos em direção ao povo de Deus é um serviço proveniente do Vocacionário. Aqui não queremos banalizar a intuição do Beato, mas os seus atos vocacionais, expressam que mais que uma estrutura física, o Vocacionário é essa continuidade do nosso amor oblativo às vocações em todos os ambientes.

Padre Justino ainda nos fala: “a obra dele é a Santificação Universal” [2]. Ou seja, o Vocacionário deve contribuir para a nossa Santificação. O Beato sempre insistia com a seguinte frase intuitiva e profundamente bíblica (1Pe 1,16): “faça-se santo!”. O Vocacionário deve ser esse motivador para a santidade; uma santidade enraizada em Jesus Cristo e na relação com os demais irmãos e irmãs. É de se chamar a atenção, de fato, que o Vocacionário é realmente santificador e que deve expressar a contradição de uma cultura na qual tudo é pago, nada provem da gratuidade. É o Visionário que dá de sua pobreza para os pobres.

O Beato Justino em um dado momento no Vocacionário se vê cara a cara com essa realidade da pobreza, quando uma família o visita para pedir os míseros {soldi}, que garantiria a estabilidade do Vocacionário, ele prontamente dá todo o {soldi} para aquela família e fica sem nada. Depois a Divina providência se encarrega de suprir a necessidade dos fidelíssimos. Aí percebemos um retrato de como a Vida do Vocacionário era conflituosa, mas embebida de um amor fraterno, tanto para os de dentro (vocacionados), quanto para os de fora (o povo de Deus). Daí também surge outra expressão do Beato, “Vocacionário escritório do povo”; essa expressão é interessante, pois escritório expressa atenção primaria, ou seja, eu estou prontamente para te ajudar gratuitamente.

Em certa feita escutei um irmão religioso, dizer que o Vocacionário enquanto escritório do povo é “quando esse povo nos favorece, e dá alguma, coisa ou presta algum serviço, essa é a forma educada de ser Vocacionário”. Não farei nem um juízo, cremos que tudo que nos fora expresso acima é uma resposta a essa afirmação do nosso irmão religioso, um tanto quanto distante da intuição de nosso fundador.

Enfim, o Vocacionário é essa forma alargada de amor pelas vocações. Faço minha as palavras do Beato Justino da Santíssima Trindade: “Amar as Vocações é a maior obra de Amor”.

Pe. Edmilton Neves Romão, SDV

 

[1] Carta à Congregação dos Seminários em 24 de março de 1935, in Positio, Vol. II, p. 1216.

[2] Revista Espírito Domini, Páscoa de 1927, p. 3.

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